A Importância das Smart Cities em tempos de ameaça pandêmica
As crises podem ser momentos de grandes oportunidades. O que vivenciamos até agora no planeta, devido à emergência do Covid-19, vem testando severamente a cada uma das nações. Aquelas desenvolvidas se evidenciam tão despreparadas diante de uma epidemia inesperada e em rápida expansão como as subdesenvolvidas. Mas em tempos de Big Data e Inteligência Artificial, como poderíamos usar essas tecnologias para nos ajudar a prevenir e a nos preparar frente a outras ameaças pandêmicas, que, certamente, teremos futuramente?
Se almejamos nos preparar para uma grande ameaça pandêmica, é imperativo entender não apenas o vírus e como ele se espalha, mas também as cidades e como elas funcionam, as instituições sociais e como elas se organizam, as comunidades e como elas se relacionam, e como indivíduos interagem e fazem escolhas.
Não podemos depender apenas da resposta médica frente a uma emergência de saúde pública, ignorando informações relevantes que podem ser obtidas através de novas tecnologias, as quias poderiam ser valiosas para as cidades e seus cidadãos.
O uso das diferentes técnicas de análise de dados é de suma importância para extrair informações urbanas, econômicas, sociais e ambientais que ajudem aos promotores de saúde a garantir um modelo otimizado de resposta social, com grande participação pública, compromisso das partes interessadas e discussões sobre valores e justiça social, frente a um cenário de pandemia. As respostas sociais e econômicas, ou seja, atividades não médicas, serão as medidas mais importantes no controle de uma pandemia, mostrando assim que o fator humano é crítico e a competência de cada cidadão e sua coesão social serão chaves.
Podemos dizer que o uso correto e consciente dos dados, planejamento e objetivos definidos conjuntamente com as técnicas computacionais modernas, fazem com que as cidades virem Smart Cities e tenham todo o potencial para enfrentar a disseminação de determinado vírus. Em resumo, Smart Cities podem se proteger e combater de modo eficaz qualquer forma de disseminação de vírus, sejam surtos, epidemias ou mesmo pandemias. Estas Smart Cities serão capazes de romper as barreiras entre as intervenções médicas, sociais e econômicas, que dificultam a respostas aos surtos epidêmicos e, sobretudo, construírem processos cruciais para o gerenciamento e desenvolvimento geral da cidade.
Através da crise epidemiológica atual e do exposto acima, constatamos que o investimento em tecnologias e metodologias que nos proporcionam informações que nos permitem construir relações de confiança entre empresas, serviços públicos – como transportes públicos, segurança pública e correios, entre outros – supermercados, a população e, claro, os serviços de saúde, é fundamental para o futuro e bem-estar das cidades e seus habitantes.
Dr. Marcos A. Albarracin Manrique
Cientista de dados da URBIT
– marcos@urbit.com.br
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